Geralmente quando ouvimos as pessoas falando sobre o tema “Reprodução Humana Assistida”, logo associamos com tratamentos de alta complexidade como a Fertilização in vitro (FIV). Porém, existem métodos mais simples que podem ser utilizados como tratamento para engravidar. Um deles é o coito programado, uma técnica muitas vezes viável para alguns casais e que é considerada de baixa complexidade.
Conheça um pouco mais sobre essa técnica lendo abaixo alguns tópicos sobre o coito programado, esclarecendo algumas de suas dúvidas.
O que é Coito Programado?
Coito Programado ou Relação Sexual Programada é uma técnica de reprodução humana de baixa complexidade, onde a fertilização do óvulo ocorre no próprio organismo da paciente. Assim não há necessidade de procedimentos em ambiente cirúrgico ou utilização de laboratório de fertilização.
Consiste no acompanhamento médico do ciclo menstrual da mulher, com a observação do crescimento dos folículos dos ovários, através de ultrassonografias transvaginais, até os folículos atingirem um tamanho adequado para liberação do óvulo (ovulação).
Assim, o casal será orientado sobre o melhor momento para a relação sexual em casa, o que favorece o encontro entre óvulo e espermatozoide, aumentando a chance de gravidez.
O coito programado pode ser realizado em um ciclo natural da paciente, ou em um ciclo estimulado com baixas doses de medicamentos que auxiliam na indução da ovulação. Porém o uso dessas medicações para indução da ovulação promove maior probabilidade de gravidez, provavelmente por aumentar o número de oócitos disponíveis para concepção e por corrigir problemas ovulatórios.
Como é realizado o tratamento?
O primeiro passo deve ser a indução da ovulação da paciente, ou seja, induzir o crescimento dos folículos ovarianos. Geralmente utiliza-se medicações para isso, que podem ser orais e/ ou injetáveis. A dosagem do medicamento e mesmo a escolha da via de administração deve levar em consideração fatores individuais de cada mulher.
A duração do tratamento é de, em média, 15 dias. No caso dos medicamentos orais, a ingestão deve acontecer por 5 dias consecutivos, enquanto para os injetáveis pode variar aproximadamente de 8 a 12 dias. Se optado por medicações injetáveis (por via subcutânea), a paciente deverá aplicar o medicamento em áreas específicas, como barriga e coxa. Mas independente do medicamento, o ideal é que eles sempre sejam usados no mesmo horário.
Antes de iniciar a indução da ovulação realiza-se ultrassonografia transvaginal no segundo ou terceiro dia do ciclo menstrual para avaliar o endométrio (tecido que reveste o interior do útero) e os ovários. Dessa forma avaliamos se é possível iniciar as medicações para indução da ovulação.
Após o início das medicações, o próximo ultrassom de controle para avaliar o crescimento dos folículos poderá ser realizado no 8° dia do ciclo menstrual ou 6° dia de estímulo (ou seja, após administração dos primeiros cinco dias da medicação). A partir de então, ultrassonografias transvaginais podem ser realizadas a cada 2 ou 3 dias para continuar a monitorização do crescimento dos folículos.
O ideal é que no máximo três folículos sejam estimulados, se houver mais que isso, tem- se o risco de gestação múltipla, sendo orientado descontinuar o tratamento neste ciclo.
Quando os folículos atingem o tamanho adequado (entre 18 e 20mm), a mulher utiliza uma injeção subcutânea para ajudar o óvulo a sair do folículo, o que chamamos de ovulação. A injeção aplicada é de um hormônio chamado hCG, que após 36-40 horas do seu uso, leva a ovulação.
Com o óvulo livre, o espermatozoide poderá encontrá-lo e fecundá-lo. Dessa forma, o médico orientará o casal a prática sexual nesse período, 24 a 36 horas após aplicação do hCG para ovulação. Daí o nome Relação Sexual programada ou Coito Programado.
Após esse período, o casal deve aguardar aproximadamente 15 dias para realizar o teste de gravidez. Com isso, o tempo entre o início do tratamento e a confirmação do sucesso ou não do tratamento é de cerca de 1 mês.
Todos podem fazer? Pra quem é indicado?
O coito programado é indicado, principalmente, para casais que não consigam ter filhos por problemas de ovulação, sendo nesse caso a história de irregularidade menstrual uma das principais características. Mas é necessário que tenham exames comprovando que o homem tenha produção normal de sêmen e as tubas uterinas da mulher estejam normais.
Casais diagnosticados com infertilidade sem causa aparente também podem se beneficiar do Coito Programado. Tudo isso é avaliado pelo médico através de exames. E é especialmente indicado para pacientes com menos de 35 anos e tempo de infertilidade menor que três anos.
TAXAS DE SUCESSO
As chances de sucesso estão por volta de 15% (entre 10% a 20% por ciclo), podendo alcançar 40%, depois de várias tentativas, ou seja, taxas cumulativas.
Contudo essa chance pode diminuir se a paciente tiver mais de 35 anos. Isso se deve ao fato de que após os 35 anos, a quantidade e a qualidade dos óvulos começam a diminuir.
Nos casos em que o casal não consegue obter a gravidez após três tentativas consecutivas do coito programado, é sugerido que se tente outra técnica de reprodução assistida.
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